Que responsabilidade esse post: falar da pessoa mais importante da minha vida, Minha Mãe Jaína.
Que delícia falar dela... que saudade dela... que falta ela me faz...
Minha Mãe sempre foi Meu Grande Amor! Obviamente devo ter sido uma criança mal criada em algum momento de minha infância, obviamente fui uma "aborrecente" e consequentemente uma "rebelde sem causa" (como dizem por aí), mas nada exacerbado... ...e claro que essas coisas nos levaram a ter conflitos, situações comumentes vistas entre mães e filhas (os). O fato é que tínhamos uma sintonia e uma ligação muito forte.
Minha Mãe desde pequena já disse para que veio. Teve uma infância bem difícil e desde muito nova passou por provações em sua vida: presenciar assassinato da irmã de 5 anos cometido pela madastra, a morte precoce do pai tão amado, o digamos que temporário "abandono" da mãe, a repressão de alguns familiares, ter que ser mãe de seus próprios irmãos tão nova, lutar para poder casar com o grande amor da sua vida [o primo de sangue: meu pai], ser traída no início de relação por esse homem que tanto amou até o último dia da vida, sofrer um aborto espontâneo aos cinco meses de gestação do segundo "filho" Leonardo... e no final das contas falecer de um raro câncer de mama detectado 3 meses após a realização de todos os exames de rotina que nada apontavam e, por fim, já ser descoberto com uma metástase no fígado e na medula [detalhe que descobrimos o câncer 15 dias após minha formatura... exatamente em 15/10/2004].
Trágico??? Pode até ser... mas é o breve relato de algumas provações de uma guerreira que muitas coisas lindas fez durante sua passagem nesse mundo terreno. Um ser humano iluminado e que lutou bravamente pela vida. Tanto amor me deu que dói até falar... Sempre digo que se eu conseguir ser para minha filha 1/3 do que o que minha mãe foi para mim estarei satisfeita.
Terna, doce, amorosa, caridosa, carinhosa, honesta, fiel., justa.. Sabe mãe de conto de fadas?! Existe?! Desses relatos perfeitos...?! Era ela... Minha fiel escudeira e amiga de todas as horas... Quem não conheceu... queria que tivesse conhecido... Gente da gente... gente que vale à pena!
Lembro-me quando minha mãe escolheu o nome da netinha... [sim! Calma... Jana de fato nasceu depois do falecimento de minha mãe]. Certo dia, já no período de luta contra o câncer, ela estava lendo um dos seus livros da sua biblioteca espírita, [desde sempre somos espirítas, embora eu tenha sido batizada, feito 1ª comunhão e encontro de jovens, o fato é que sempre fizemos questão de preservar os "rituais" católicos] e ela me chamou e disse:
"Tika, esse livro fala da estória do espiríto de uma jovem..."
...e detalhou a luta da personagem para então dizer:
"...sabe como ela se chama???"
"Não, Mãe! Como?" respondi.
"Jana!!!" respondeu sorridente.
O detalhe é que alguns anos antes eu tinha apelidado minha mãe de Jana e muitas das amigas aderiram à chamá-la assim. [ela adorava!]
Continuou: "Já pensou se minha neta se chamasse Jana??? Que lindo seria!"
Sem titubear afirmei: "Ela se chamará Jana!"
Nem preciso relatar o seu olhar de satisfação e o seu sorriso orgulhoso. Lembro-me como ontem desse dia.
Quem me conhece sabe que tenho uma linda filha de, hoje,1 ano e 2 meses e que se chama: JANA!
De longe nunca conseguirei em palavras descrever tudo que minha mãe foi... ...tudo o que ela representou, representa e representará para minha sempre! Sei que daria tudo para tê-la fisicamente comigo, embora saiba que seu espiríto iluminado para sempre me acompanhará. A questão é que a materialidade ainda me impossibilita de livrar-me desses desejos da matéria viva presente. Precisava sim, sentir seu cheiro, seu abraço acolhedor e ouvir sua palavra sempre doce, sábia e tão certa.
Essa primeira foto é de minha mãe nova, com uns 23 anos. 1 ano depois estaria grávida de mim. Linda, linda, linda...
Essa segunda foto sou eu e ela já na época da doença. Minha Mãe estava na sua primeira fase de quimioterapia e já estava usando peruca. Foto tirada no Reveillon de 2004/2005. Sempre tão alegre...
Essa terceira foto foi tirada no dia da minha formatura [agosto/2004]. Abatida, minha mãe tinha ficado internada o dia todo. O câncer já a castigava... ...mas ela estava deslumbrante!
Mais uma após a descoberta [05/10/2004].
Na preparação para a perda de cabelo ela começou a cortar diminuindo o tamanho do mesmo aos poucos... até raspar totalmente e aderir de vez à peruca.
Eu e Mãe [quase 15 dias após a descoberta, em 27/10/2004].
Maravilhosa!!! [após a descoberta, em 19/10/2004].
Minha Linda Mãe!!! [4 meses antes do desencarno].
Sem comentários! [2 anos antes da descoberta].